Agricultura

Epagri estima que safra de inverno será positiva em Santa Catarina

O Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa) estima que a produção da safra de inverno 2021/22 seja positiva em Santa Catarina, com previsão de aumento de produção em todo o Estado.

Só o trigo deve ter um aumento de 55% no total produzido. Aveia, cevada, cebola e alho completam o rol das culturas de inverno monitoradas em Santa Catarina, todas com boas expectativas para o próximo ciclo agrícola.

Os números foram apresentados em evento on-line realizado na tarde desta segunda-feira, 21, com a presença de autoridades e lideranças do setor agropecuário.

 

GRÃOS

A produção catarinense de trigo deve chegar a 276.158 toneladas na safra 2021/22, um aumento de 55% em relação ao período agrícola anterior, quando o Estado produziu 172.079 toneladas do cereal. A área plantada vai crescer 38%, chegando a 80.585 hectares. A produtividade deve ser 13% maior, alcançando o patamar de 3.315 kg/ha em média. João Rogério Alves, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, credita esse crescimento aos bons preços pagos aos produtores de trigo na última safra, aliados à política de incentivo do governo estadual e a uma previsão climática favorável, de inverno com pouca chuva e de frio adequado para a cultura.

Na safra 2021/22, Santa Catarina deve produzir 53.697 toneladas de aveia, um incremento de 24% em relação ao ciclo agrícola anterior. A expectativa é de que o cereal ocupe 39.377 hectares no Estado, área 13% superior à ocupada na safra 2020/21. A produtividade média deve crescer 10%, chegando a 1.364 kg/ha. A aveia produzida no território catarinense é toda usada para formação de pastagem de inverno para pecuária de corte e de leite, atividade de importância econômica para o Estado, segundo João Alves.

A cevada é o cereal de inverno que ocupa menor área em Santa Catarina. Para a safra 2021/22, a Epagri/Cepa estima que, incialmente, serão cultivados 392 hectare do grão, 20% a menos do que no ciclo anterior. Contudo, a produtividade média deve crescer em 55%, o que deve resultar numa safra de 1.638 toneladas, volume 24% superior à anterior. A janela para plantio de cevada segue aberta até julho, o que pode fazer com que a área cultivada supere o estimado até agora, devido à política estadual de incentivo, disse o analista. Caso isso aconteça, os números serão atualizados nos próximos Boletins Agropecuários emitidos mensalmente pela Epagri/Cepa.

 

HORTALIÇAS

A cebola e o alho são culturas agrícolas de inverno tradicionais em Santa Catarina. A Epagri/Cepa estima que nesta safra o Estado se mantenha como o maior produtor de cebola e o terceiro maior produtor de alho do Brasil.

Segundo Jurandi Gugel, analista de socieconomia da Epagri/Cepa, na safra 2021/22 Santa Catarina deve continuar produzindo mais de 25% de toda a cebola do país. A estimativa é de que as lavouras catarinenses produzam 494.745 toneladas da hortaliça no ciclo agrícola que se inicia, volume 27% superior ao produzido na safra passada, afetada por problemas climáticos. A produtividade média deve crescer 26% e chegar a 28.186 kg/ha. A área plantada fica em 17.553 hectares, crescimento de 1% em relação ao ciclo anterior.

Se as condições climáticas forem normais, a produção de alho deve ter incremento de 20%, encerrando a safra 2021/22 com 17.525 toneladas produzidas. Esse resultado será reflexo do aumento de 18% previsto na produtividade média, que deve chegar a 10.213 kg/ha. A área plantada sobe 2% chegando a 1.716 hectare na safra 2021/22.

 

IMPORTÂNCIA

A safra de inverno ocupa principalmente o Alto Vale do Itajaí, o Planalto e o Oeste catarinense. Tem grande importância para o Estado, historicamente pela força da produção de cebola e alho e, mais recentemente, pela necessidade de produção de grãos para alimentação de frangos, suínos e bovinos.

Santa Catarina é o maior exportador de suínos e o segundo maior exportador de frangos do país, além de ser o quarto maior produtor de leite. A grande dependência do milho para alimentação dos rebanhos vem colocando o Estado na posição de maior importador nacional deste grão.

Dos 7 milhões de toneladas de milho necessários em Santa Catarina, cerca de 5 milhões vêm de outros Estados ou países. A estiagem e o ataque de pragas comprometeram a produção de milho no território catarinense na última safra. Diante disso, a produção de grãos de inverno, que podem substituir o milho na fabricação de ração animal, vem ganhando cada vez mais relevância.

 

Informações Secom